Mês: agosto 2021

 

Se você chegou neste texto, provavelmente já conhece o vitiligo. É uma condição crônica, caracterizada por áreas de despigmentação da pele. Porém, a doença vai mais além do que os aspectos físicos. Ela atinge questões emocionais mais profundas.

Na nossa cultura, a cor de pele ainda é um tema de discussões sobre inclusão social e diversidade. Talvez, por isso, o vitiligo seja considerado uma das enfermidades com maior impacto emocional da dermatologia.

Apesar de não ser contagiosa e não comprometer a funcionalidade do indivíduo, a doença costuma acarretar sentimentos de vergonha, ansiedade, tristeza, insegurança, desamparo e quadros de isolamento social e depressão. “Não podemos negligenciar os prejuízos psicossociais do paciente que vivencia o desafio de se aceitar e ser aceito socialmente. O vitiligo costuma aparecer em pessoas ainda jovens, até os 20 anos, que ainda estão estruturando a autoafirmação. Isto é um fator que agrava a dificuldade de aceitação”, explica a dermatologista, Aniela Romanini.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o vitiligo é caracterizado pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina) nos locais afetados. As causas ainda não estão estabelecidas, mas fenômenos autoimunes podem estar associados à condição. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

Segundo Aniela, existem tratamentos para abrandar as manchas e impedir o aparecimento de novas lesões, porém, a doença ainda não tem cura. “Atualmente, existem excelentes resultados no tratamento. O fato de não podermos falar em cura, não quer dizer que não haja opções terapêuticas. Geralmente o tratamento segue estratégias para deter a progressão da doença ativa, limitar a área envolvida pela despigmentação ou repigmentar as áreas brancas. Isso ajuda os pacientes a conviverem de forma mais harmoniosa com a condição. Outra indicação pode ser o acompanhamento psicológico para ajudar nas questões emocionais”, indica a dermatologista.

De todo modo, o tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido com o dermatologista, conforme as características de cada paciente. Por isso, os resultados podem variar de caso a caso.

Confira algumas perguntas e respostas sobre Vitiligo:

Quais são os sintomas?

O principal sintoma do vitiligo é o surgimento de manchas esbranquiçadas ou descoradas no corpo. Elas também podem aparecer no cabelo, na barba e nas sobrancelhas.

Quais são as causas?

O vitiligo pode estar relacionado com a herança genética e também a exposição excessiva ao Sol.

Alguns médicos e especialistas já associam o surgimento da doença ao estresse intenso e a algum trauma psicológico. Porém, ainda não se sabe, ao certo, as causas da doença.

Como é o tratamento?

De modo geral, o vitiligo não tem cura, sendo que podem ser usados cremes e pomadas para ajudar a deixar o tom da pele mais homogêneo e barrar a evolução da pele.

As terapias de luz também têm sido usadas para o controle do vitiligo. Certos casos podem requerer uma intervenção cirúrgica que faça enxertos de melanina no local da descoloração.

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